quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A Era Vargas I.

A Era Vargas I.
Resultado da disputa pelo poder entre as elites de alguns estados brasileiros, a Revolução de 1930 marcou o fim da Primeira Republica.

           
Uma época de grandes mudanças.
            Getúlio Vargas governou o Brasil durante quase vinte anos (1930-1945; 1951-1954). Para alguns, ele foi “pai dos pobres”, um presidente preocupado com as condições de vida do povo e com os direitos trabalhistas. Outros, no entanto, afirmam que ele foi a “mãe dos ricos”, por manter o privilegio das elites e por controlar com a mão de ferro os trabalhadores.

            Essas opiniões distintas tem origem na própria conduta Vargas. Boa parte do seu governo foi ditatorial, caracterizado por censurar os meios de comunicações, reprimir e perseguir a oposição e controlar fortemente os sindicatos. Foi também sob seu comando que o Brasil deu um importante salto em direção à industrialização de base.

            É inegável que o período Vargas foi rico em manifestações artísticas e culturais. Nele, ocorreu o auge do teatro de revista, e o radio tornou-se popular. A propaganda oficial era constante e a figura do presidente se tornou conhecida por quase todos os brasileiros.

A Revolução de 1930 e o Governo Provisório.
                                 *O que foi a politica do café-com-leite.
            A política do café com leite foi uma política de revezamento do poder nacional executada na República Velha entre 1898 e 1930, por presidentes civis fortemente influenciados pelo setor agrário dos estados de São Paulo - mais poderoso economicamente, principalmente devido à produção de café - e Minas Gerais - maior pólo eleitoral do país da época e produtor de leite.
            São Paulo(produtor de café) e Minas Gerais(produtor de leite) eram os estados mais ricos e populosos no Brasil da República Velha. A oligarquia paulista estava reunida no Partido Republicano Paulista(PRP), e a mineira, no Partido Republicano Mineiro(PRM). Ciente disso, esses dois partidos se aliavam para fazer prevalecer seus interesses. Por diversas vezes o PRP e o PRM escolheram um único candidato á eleição para presidente: ora o candidato era indicado por São Paulo e apoiado por Minas Gerais, ora se dava o contrário. Por isso, a maioria dos presidentes da República Velha representou os interesses das oligarquias paulista e mineira. Essa alternância entre São Paulo e Minas na presidência da República é chamada de política do café com leite.

   *Fim da Politica do café-com-leite.

            A Política do Café com Leite chegou ao fim no governo do presidente Washington Luís (1926-1930). Este era paulista e resolveu apoiar para a eleição seguinte outro candidato paulista, Júlio Prestes, rompendo então com o pacto de revezamento entre mineiros e paulistas. A medida causos descontentamento aos mineiros que se uniram com os políticos do Rio Grande do Sul e lançaram outro candidato à presidência, mas foram derrotados porque o grupo dos paulistas fraudou mais as eleições, como já era previsto. Os mineiros não esperaram o presidente eleito tomar posse e organizaram um golpe que levou ao poder Getúlio Vargas em 1930.
 

    *Revolução de 1930
            Foi um movimento de revolta armado, ocorrido no Brasil em 1930, que tirou do poder, através de um Golpe de Estado, o presidente Luiz. Com o apoio de chefes militares, Vargas chegou à presidência da República.
            Antes da Revolução de 1930, o Brasil era governado pelas oligarquias de Minas Gerais e São Paulo. Através de eleições fraudulentas, estas oligarquias se mantinham no poder e conseguiam alternar, na presidência da República, políticos que representavam seus interesses. Esta política, conhecida como “café-com-leite”, gerava descontentamento em setores militares (tenentes) que buscavam a moralização política do país. Nas eleições de 1930, as oligarquias de Minas Gerais e São Paulo entraram em um sério conflito político. Era a vez de× Gerais indicar o candidato a presidência, porém os paulistas apresentaram a candidatura de Júlio Prestes (fluminense que fez carreira política em São Paulo). Descontentes, muitos políticos mineiros apoiaram o candidato de oposição da Aliança Liberal, o gaúcho Getúlio Vargas (governador do RS).


Causas da Revolução
- Nas eleições de 1930, venceu o candidato× Prestes, apoiado pela elite de× Paulo. Com vários indícios de fraude eleitoral, Getúlio Vargas e os políticos do× Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba ficaram muito insatisfeitos.
- Em julho do mesmo ano, o candidato a vice-presidente de Getúlio Vargas, o paraibano× Pessoa, foi assassinado. O fato gerou revolta popular em várias regiões do× Brasil. Estes conflitos eram, principalmente, entre partidários da Aliança Liberal e defensores do governo federal.
- A Crise de 1929, também conhecida como “A Quebra da× Bolsa de Valores de Nova Iorque” espalhou uma forte crise econômica pelos quatro cantos do mundo. Esta crise atingiu fortemente a economia brasileira, gerando desemprego e dificuldades financeiras para o povo brasileiro. Este fato contribuiu para o clima de insatisfação popular com o governo de Washington Luiz.
- O clima de conflitos e forte insatisfação popular em várias regiões do× Brasil gerou preocupação em setores militares de alto comando, que enxergavam a possibilidade de uma guerra civil no Brasil.


          O Golpe de 1930
                A situação do presidente Luiz era crítica, porém o mesmo não pretendia renunciar ao poder. Então, chefes militares do Exército e Marinha depuseram o presidente, instalaram uma junta militar que, em seguida, transferiu o poder para Getúlio Vargas.


            Conclusão
         Com o Golpe de 1930 terminou o domínio das oligarquias no poder. Getúlio Vargas governou o Brasil de forma provisória entre 1930 e 1934 (governo provisório). Em 1934, foi eleito pela Assembleia Constituinte como presidente constitucional do Brasil, com mandato até 1937. Porém, através de um golpe com apoio de setores militares, permaneceu no poder até 1945, período conhecido como Estado Novo.

*Governo Provisório
            Mediante a decisiva importância que os militares tiveram na consolidação da Revolução de 30, os primeiros anos da Era Vargas foram marcados pela forte presença dos “tenentes” nos principais cargos políticos do novo governo. Em sua grande parte, os principais representantes das alas militares que apoiaram Vargas obtiveram as chamadas interventores estaduais. Pela imposição do presidente, vários militares passaram a controlar os governos estaduais. Tal medida tinha como propósito anular a ação dos antigos coronéis e sua influência política regional.
            Dessa maneira, consolidou-se um clima de tensão entre as velhas oligarquias e os tenentes interventores. Tal conflito teve maior força em São Paulo, onde as oligarquias locais, sob o apelo da autonomia política e um discurso de conteúdo regionalista, convocaram o “povo paulistano” a lutar contra o governo Getúlio Vargas. A partir dessa mobilização, originou-se a chamada Revolução Constitucionalista de 1932. Mesmo derrotando as forças oposicionistas, os setores varguistas passaram por uma reformulação.
            Com a ocorrência desse conflito, Vargas se viu forçado a convocar eleições para a formação de uma Assembleia Nacional Constituinte. No processo eleitoral, as principais figuras militares do governo perderam espaço político em razão do desgaste gerado pelos conflitos paulistas. Passada a formação da Assembleia, uma nova constituição fora promulgada, em 1934. Com inspiração nas constituições alemã e mexicana, a Carta de 1934 deu maiores poderes ao poder executivo, adotou medidas democráticas e criou as bases de uma legislação trabalhista. Além disso, a nova constituição previa que a primeira eleição presidencial aconteceria pelo voto da Assembleia. Por meio dessa resolução e o apoio da maioria do Congresso, Vargas garantiu mais um novo mandato.

Fonte: Projeto Araribá: Historia. 2.ed. São Paulo: Moderna, 2007. Pág. 138 - 155.
http://www.brasilescola.com/historiab/governo-vargas.htm

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